sábado, 25 de abril de 2009

Vinte anos é uma bela idade, mas tem o inconveniente de não se dar a conhecer senão depois que a perdemos. Para quem chega aos cinquenta, não há tempo mais doce; quando se tem vinte anos, é um inferno.

A alma não se encontrou ainda, mas julga haver-se reconhecido. Tudo é triste e velho, não há esperança nem ingenuidade.

É impossível ser otimista quando ainda não houve sofrimento nem foi avaliado o preço da vida. A mocidade nutre-se de equívocos, e as vezes chega a morrer deles...

Carlos Drummond de Andrade em homenagem a Fagundes Varela, em Poesia e Prosa, Editora Nova Aguilar, p.1316.
Vinte anos é uma bela idade, mas tem o inconveniente de não se dar a conhecer senão depois que a perdemos. Para quem chega aos cinquenta, não há tempo mais doce; quando se tem vinte anos, é um inferno.

A alma não se encontrou ainda, mas julga haver-se reconhecido. Tudo é triste e velho, não há esperança nem ingenuidade.

É impossível ser otimista quando ainda não houve sofrimento nem foi avaliado o preço da vida. A mocidade nutre-se de equívocos, e as vezes chega a morrer deles...

Carlos Drummond de Andrade em homenagem a Fagundes Varela, em Poesia e Prosa, Editora Nova Aguilar, p.1316.

sábado, 11 de abril de 2009

O MELHOR DE VOCÊ
Madre Teresa de Calcutá

Dê sempre o melhor
E o melhor virá...
Às vezes as pessoas são egocêntricas, ilógicas e insensatas...
Perdoe-as assim mesmo.
Se você é gentil, as pessoas podem acusá-lo de egoísta e interesseiro...
Seja gentil assim mesmo.
Se você é um vencedor, terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros...
Vença assim mesmo.
Se você é honesto e franco, as pessoas podem enganá-lo...
Seja honesto e franco assim mesmo.
O que você levou anos para construir, alguém pode destruir de uma hora para outra...
Construa assim mesmo.
Se você tem paz e é feliz, as pessoas podem sentir inveja...
Seja feliz assim mesmo.
O bem que você faz hoje pode ser esquecido amanhã...
Faça o bem assim mesmo.
Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode nunca ser o bastante...
Dê o melhor de você assim mesmo.
E veja você que, no final das contas...
É entre VOCÊ e DEUS...

Nunca foi entre você e eles!
DISCURSO DE NIZAN GUANAES
(Como paraninfo na formatura de uma turma na Faap)

Dizem que conselho só se dá a quem pede.E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar alguns.Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.Não paute sua vida nem sua carreira pelo dinheiro.Ame seu ofício com todo o coração.Persiga fazer o melhor.Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência.Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha.Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro.Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro.Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro.E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar.
E tudo que fica pronto na vida foi antes construído na alma.A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano.O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo".
E ela responde: "Eu também não, filho".Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário.Digo apenas que pensar e realizar tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.Meu segundo conselho: pense no seu país.Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal, é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: "Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito".É exatamente isso que está escrito na carta de Laudicéia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É preferível o erro à omissão; o fracasso, ao tédio; o escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.Colabore com seu biógrafo: faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.Tenho consciência que cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhando sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.Não use Rider: não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: "Eu não disse? Eu sabia!"Toda família tem um tio batalhador e bem de vida que, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo o que faria, se fizesse alguma coisa.Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. Das 8 às 12, das 12 às 8, e mais, se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a morada do demônio, e constrói prodígios.O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas; mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama "sucesso".

Nizan Guanaes é Publicitário, ex-diretor do site IG e ex-dono da agência DM9
A GENTE SE ACOSTUMA
Marina Colassanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.
A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
A FÁBULA DA ÁGUIA E DA GALINHA
Esta é uma história que vem de um pequeno país da África Ocidental, Gana, narrada por um educador popular, James Aggrey, nos inícios deste século, quando se davam os embates pela descolonização. Oxalá nos faça pensar sempre a respeito.
"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro, a fim de mantê-lo cativo em casa. Conseguiu pegar um filhote de águia.
Colocou-o no galinheiro junto às galinhas. Cresceu como uma galinha.
Depois de cinco anos, esse homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista.Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é uma galinha. É uma águia.
- De fato, disse o homem.- É uma águia. Mas eu a criei como galinha. Ela não é mais águia. É uma galinha como as outras.
- Não, retrucou o naturalista.- Ela é e será sempre uma águia. Este coração a fará um dia voar às alturas.
- Não, insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia.
Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse:
- Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe!
A águia ficou sentada sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas.
O camponês comentou:
- Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha!
- Não, tornou a insistir o naturalista. - Ela é uma águia. E uma águia sempre será uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã.
No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa.
Sussurrou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, abra suas asas e voe!
Mas, quando a águia viu lá embaixo as galinhas ciscando o chão, pulou e foi parar junto delas.
O camponês sorriu e voltou a carga:
- Eu havia lhe dito, ela virou galinha!
- Não, respondeu firmemente o naturalista. - Ela é águia e possui sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma última vez. Amanhã a farei voar.
No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram-na para o alto de uma montanha. O sol estava nascendo e dourava os picos das montanhas.
O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe:
- Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!
A águia olhou ao redor. Tremia, como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então, o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, de sorte que seus olhos pudessem se encher de claridade e ganhar as dimensões do vasto horizonte.
Foi quando ela abriu suas potentes asas.
Ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto e voar cada vez mais para o alto.
Voou. E nunca mais retornou."
Existem pessoas que nos fazem pensar como galinhas. E ainda até pensamosque somos efetivamente galinhas. Porém é preciso ser águia. Abrir as asas e voar. Voar como as águias. E jamais se contentar com os grãos que jogam aos pés para ciscar.”

Extraído de artigo publicado pela Folha de São Paulo, por Leonardo Boff, teólogo, escritor e professor de ética da UERJ.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

FÁBULA DA VERDADE
Um dia, a Verdade andava visitando os homens sem roupas e sem adornos, tão nua como o seu nome.E todos que a viam viravam-lhe as costas de vergonha ou de medo e ninguém lhe dava as boas vindas.Assim, a Verdade percorria os confins da Terra, rejeitada e desprezada.Uma tarde, muito desconsolada e triste, encontrou a Parábola, que passeava alegremente, num traje belo e muito colorido. - Verdade, por que estás tão abatida? - perguntou a Parábola.- Porque devo ser muito feia já que os homens me evitam tanto! - Que disparate! - riu a Parábola - não é por isso que os homens te evitam.Toma, veste algumas das minhas roupas e vê o que acontece.Então a Verdade pôs algumas das lindas vestes da Parábola e, de repente,por toda à parte onde passa era bem-vinda. - Pois os homens não gostam de encarar a Verdade nua; eles a preferem disfarçada.(Conto Judaico)

Assim também é com o evangelho de Jesus, os homens já não conseguem suportá-lo mais puro como ele é, é preciso dar uma encrementada nele senão, quem vai querer ir para igreja?
Hoje eu gasto com as pessoas muito mais tempo para tentar explicar as roupas que o evangelho vem vestido do que propriamente o evangelho, então alguns conselhos:

- Quer conhecer Deus, leia a biblía
- Quer saber sobre Jesus, leia os evangelhos
- Quer ser um bom cristão, imite somente a Jesus
- Quer conhecer o verdadeiro evangelho, veja todos os programas de televisão, escute todos os programas de rádio, leia todos livros com apelos maravilhosos, conheça as igrejas, conheça os pastores que estão em evidencia no momento e então: Pegue tudo isso e leia cuidadosamente os evangelhos comparando palavra por palavra, campanha por campanha, show por show, livro por livro, pastor por pastor " E VEJAM EM QUE ELES SE PARECEM COM JESUS, E SE REALMENTE VOCÊ ACHAR QUE PARECEM, VÁ A PRIMEIRA PÁGINA DO LIVRO QUE VOCÊ ESTÁ LENDO E CONFIRME SE É MESMO A BIBLÍA"

Diego Fernando

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Fé que não é fé




As vezes fico me perguntando porque as pessoas precisam tanto de ver a fé se transformar em algo que é material, muitas vezes com cor, cheiro, beleza e ostentação. Como se a fé fosse como algo tipo o gênio da lâmpada, ou aquelas mágicas onde do nada surge algo ou até mesmo some. Lembro-me das palavras de Jesus a Tomé, “você é bem aventurado porque você viu, agora é mais bem aventurado aquele que não viu e creu”.

Logo se eu preciso ver ou tocar em algo para acreditar, isso deixa de ser fé e vira algo natural, e qual é então a razão de colocar a fé em algo que é material? A razão é simples, é mais fácil acreditar em algo que é palpável do que em Deus, logo quem dá valor a esses objetos muito dificilmente acreditará em Deus.

É bem mais simples ainda quando João diz em suas epistolas, “como você pode dizer que ama a Deus que você não vê, se você não ama a seu irmão que você vê” na verdade é pura conveniência, é fácil dizer ser apaixonado por Deus e Jesus porque não o vemos, porque se vivêssemos com eles não passaríamos muito tempo sem sermos repreendidos por eles por causa de nossas atitudes, e aí fica complicado de expressar esse amor com tanta intensidade por alguém que nos confronta, agora o difícil é amar os outros, porque nos relacionamos com eles todos os dias. Da mesma forma é a fé, posso dizer que tenho muita fé mais se não tiver um apoio objeto e etc não funciona.

Sadraque, Mesaque e Abednego trazem uma grande lição, antes de serem jogados na fornalha, disseram o seguinte “ainda que nosso Deus não nos livre da fornalha de fogo ardente, contudo não nos pros taremos diante da imagem do rei”

Toda fé que precisa de algo como muleta é pura idolatria.
Diego Fernando

sábado, 4 de abril de 2009

Interpretação de músicas do novo álbum do U2

.:: Unknown Caller ::.> > Sunshine, sunshine (brilho do sol)> Sunshine, sunshine> Oh, Oh> Oh, Oh> I was lost between the midnight and the dawning [Eu estava perdido> entre a meia-noite e o amanhecer]> In a place of no consequence or company [Em um lugar sem consequência> ou companhia]> 3:33 when the numbers fell off the clock face [3:33 quando os números> despencam da face do relógio]> Speed dialing with no signal at all [Discando rápido, sem nenhum sinal.]> > Nessa primeira estrofe o personagem fictício criado pelo Bono,> descreve que estava numa situação muito complicada, sem companhia e> perdido. O Bono estabeleceu na música o intervalo da agonia desse> personagem, “perdido entre a meia-noite e o amanhecer”. Então, às> 3:33h, quando as horas de agonia avançam e o desespero parece tomar> conta, ele fez uma “chamada” misteriosa que terminou salvando-o, pois> a música começa falando do “brilho do sol”, o que indica que ele> contemplou a beleza do amanhecer.> > Como vimos na declaração do Bono no início, o número 3:33 na verdade é> uma referência ao livro de Jeremias (Jr. 33:3), onde Deus diz: “Clama> a Mim, e responder-te-ei, e anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas,> que não sabes”. Assim, seguindo a dica do Bono, concluo que esse> personagem, num momento de desespero e dor, clamou por Deus (que é o> “interlocutor desconhecido”) e Ele respondeu. Mas, pela frase "sem> nenhum sinal”, parece que a chamada não foi respondida de imediato. É> que Deus age somente na hora que tem de agir, que não necessariamente> corresponde à hora que achamos que é a certa.> > Go, shout it out, rise up [Vá, grite, lute!]> Oh, Oh> Escape yourself, and gravity [Escape de você mesmo e da gravidade]> > Então entra esse “coral”, que creio que representa a voz de Deus, para> quem o personagem em agonia clamou. Talvez a escolha de várias vozes> tenha sido com a intenção de representar a grandeza e a força da voz> de Deus. Força que se sente no tom impositivo e a ciência que ela tem> da condição do personagem, mesmo não estando com ele, e do que ele> precisava ouvir para superar a sua situação desoladora.> > Então o interlocutor, no caso Deus, manda o personagem externar o que> está sentindo (shout it out) e não desistir da sua luta, não desistir> de enfrentar essa situação que lhe afligi. E prossegue dizendo que ele> deve escapar dele mesmo, escapar dessa dor, ou compulsão, que o corrói> e o domina.> > Outra forma de interpretar a frase “Escape yourself” é entendendo que,> muitas vezes, nosso maior inimigo somos nós mesmos. Em momentos> difíceis muitos gostam de posar de vítima, de coitado, e ficam> esperando uma figura materna que os acalentem e afague o ego. Outros> esperam que Deus faça tudo, como um pai que superprotege seus filhos.> Assim, assumimos uma postura passiva e imatura diante dos problemas,> de tal forma, que se torna quase impossível contorná-los. Mas na> canção Deus intervém firmemente ordenando que ele escape dele mesmo,> de seu querer, de seus desejos e até da gravidade, ou seja, escape> dessa consciência adoecida e lute por sua sobrevivência, mesmo que ela> pareça tão difícil quanto escapar da gravidade.> > Hear me, cease to speak that I may speak [Ouça-me, pare de falar, para> que eu possa falar]> Shush now [Psssiu… agora]> Oh, Oh> Force quit and move to trash [Encerre e mova para a lixeira]> > A ordem de Deus para o personagem parar de falar e ouví-Lo também tem> a ver com a reação psicológica do personagem. É que em situações de> alto estresse é normal entrar em desespero, falar mais do que escutar> e reduzir a capacidade de raciocínio. Assim, passa-se a agir movido> pela emoção, que geralmente conduz a situações ainda piores.> > Quantos de nós não fizemos algo na hora do estresse da qual nos> arrependemos amargamente depois?! Por isso Deus manda o personagem se> calar e escutar. Então ordena que ele encerre essa neura e pegue todos> esses pensamentos doentios e jogue-os na lixeira, limpando a sua mente> para que ele possa recomeçar e vencer.> > I was right there at the top of the bottom [Eu estava bem aqui bem no fundo]> On the edge of the known universe where I wanted to be [No limiar do> universo conhecido onde eu queria estar]> I had driven to the scene of the accident [Eu dirigi para a cena do acidente]> And I sat there waiting for me [E sentei lá esperando por mim mesmo]> > Lendo esses versos me parece que o personagem, mediante a situação> desoladora em que ele se encontrava, fechou os olhos e tentou fugir> dos seus problemas, fazendo uma viagem para bem longe do caos que o> cercava e lhe causava dor. Viagem que pode ter sido fruto de uma dose> da droga. A fuga do que achamos que não podemos superar é uma reação> natural da alma humana, por isso o personagem disse que queria estar> no limiar do universo, o lugar mais longe que ele pode conceber.> > Mas como ninguém pode negar a realidade para sempre, mais cedo ou mais> tarde tem-se que voltar para ela, o personagem abriu os olhos e voltou> para a cena do acidente, onde ficou esperando se reencontrar com ele> mesmo, na busca de uma luz para sua alma aflita.> > Restart and re-boot yourself [Recomece e reinicie-se]> You're free to go [Você está livre para seguir]> Oh, oh> > Então o interlocutor ordena que o personagem recomece e “reinicie-se”.> Essas palavras lembram um conhecido conceito de “nascer novamente”,> descrito por Jesus no Evangelho. (João 3:3). Jesus afirmou que todos> os homens precisam “nascer novamente” se quiserem ver e ter acesso ao> Reino de Deus e, assim, encontrar a Paz verdadeira. Então o que> significa “nascer novamente”?!> > O sentido da palavra “nascer” utilizado por Jesus não diz de uma> possível recuperação moral e comportamental do homem, ou de uma> associação numa religião. Quando Jesus disse que é preciso nascer de> novo, ele falou de uma nova consciência que sabe do quanto precisa do> Espírito de Deus iluminando-a. De um ser que abandonou sua justiça> própria para confiar somente na justiça oferecida por Jesus e, assim,> viver justificado, em paz e guiado pelo amor de Deus. Sem “neuras” ou> culpas, apenas sabendo que, mesmo que falhe, em Cristo, não há> condenação.> > Logo, quem “nasce novamente” inicia um processo de libertação das> doenças do ego (alma), dos vícios físicos ou psicológicos, dos> grilhões das religiões, das expectativas alheias, etc. Por isso a> letra diz que o personagem está livre para ir. Agora é ele quem decide> o que deve fazer, ou não, através de uma consciência irrigada pelo> amor de Deus. “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.”> (Jo.8.32) “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.” (Gl.5.1)> > Shout for joy if you get the chance [Grite para a felicidade se você> tiver a chance]> Password, you enter here, right now [A senha você coloca aqui, já.]> Oh, oh> You know your name, so punch it in [Você sabe seu nome, então coloque ai.]> Hear me, cease to speak that I may speak [Ouça-me, pare de falar para> que eu possa falar.]> Shush now [Pssiu... agora]> Oh, Oh> They don't move or say a thing [Eles não movem nem dizem nada]> > Dessarte, após todos as ordens citadas, Deus deixa o aviso para se> gritar para a felicidade, que é esse novo nascimento, se houver> chance. O “nome” e a “senha” - a aceitação da mensagem - permitem que> uma nova comunicação se concretize, um novo relacionamento se> estabeleça. Um relacionamento íntimo de amor, paz e liberdade com> Deus-Pai, que são frutos dessa nova consciência, que, por sua vez, é> consequência do “novo nascimento”! Para começar esse relacionamento> basta se entregar ao amor de Deus, sem burocracias ou complicações.> > O interessante é que já no começo da carreira o Bono defendia esse> conceito de liberdade ensinado por Jesus, que não é sinônimo de> libertinagem. Isso está numa entrevista que ele deu ao Neil McCormick> ainda na época do álbum Boy, onde ele disse que “... muitas pessoas> pensam que render-se a Deus significa abrir mão de todas as coisas> boas. Eu costumava acreditar nisso, de certa forma.” Disse Bono. “Mas> quando você se envolve, começa a ver as coisas muito claras. Você> começa a ver o que está acontecendo ao seu redor. Quando um cara se> aproxima de você com uma garrafa, você percebe o que está acontecendo,> você percebe que ele está sendo enganado. É um discernimento. Isso> certamente não é puritano ou covarde. Isso não é sobre abdicar> responsabilidades. Isso é sobre tomar a vida em suas próprias mãos”.> (Livro “Killing Bono”, capítulo 8, pg. 125).> > Obrigado a quem chegou até aqui, espero que tenha gostado e peço a> Deus que tenha acrescentado algo à sua vida. Eu dedico essa> interpretação ao meu amigo Bruno Iosephi.> > > Cordialmente,> Suderland Guimarães> > > > > > > :: Magnificent ::.> > Magnificent> Magnificent> > I was born [Eu nasci]> I was born to be with you [Eu nasci para estar com você]> In this space and time [Neste espaço e tempo]> After that and ever after [Depois deste (espaço e tempo) e para sempre]> I haven't had a clue [Eu não tinha a menor idéia]> Only to break rhyme [Só para quebrar a rima ]> This foolishness can leave a heart black and blue [Esta loucura pode> deixar um coração desolado] [1]> > O Bono começa confessando que nasceu para estar com Deus agora e> sempre. Mas pela frase "I haven't had a clue" percebe-se que nem> sempre o Bono teve essa certeza que hoje ele tem. Creio que essa> certeza só veio após a morte da mãe dele, que deixou sua vida bastante> atribulada. E a sua biografia conta que ele só reencontrou sua paz> quando conheceu e passou a freqüentar um grupo de amigos que estudavam> a Bíblia e quando começou a cantar. Provavelmente nessa época ele> começou a ter essa certeza de que nasceu para estar com Deus e cantar> para Deus. Indício disso é que nessa mesma época o Bono escreveu uma> carta ao pai dizendo que a sua vida e trabalho seria o testemunho da> sua fé em Cristo para o mundo. [2]> > Mas o Bono alerta que essa "loucura" pode deixar um coração> "desolado", que creio ser a melhor tradução para "a heart black and> blue". O curioso é que o Bono também usou as cores "black" e "blue" na> música "Bad". E em "Bad" ela passa a idéia de dor, angústia,> desolamento.> > E por que essa "loucura" deixaria um coração assim? Porque o caminho> que o Bono percorreu até chegar onde ele está hoje foi bastante> doloroso. Mas, paradoxalmente, é a dor que molda a nossa alma e nos> torna pessoas melhores.> > Only love, only love can leave such a mark [Só o amor, só o amor pode> deixar tal marca ]> But only love, only love can heal such a scar [Mas só o amor, só o> amor pode curar tal cicatriz.]> > Então surge esse refrão com a forte declaração de que só o amor pode> deixar essa certeza no coração descrita na primeira estrofe. Só o amor> pode curar as cicatrizes (mágoas) existentes no coração. Cicatrizes> que talvez sejam frutos de se viver (para) esse amor, pois, como o> próprio Bono disse na música "Windows In The Skies": o amor faz> inimigos estranhos. E só esse amor pôde mostrar ao Bono o que ele vê> hoje.> > I was born [Eu nasci]> I was born to sing for you [Eu nasci para cantar para você]> I didn't have a choice but to lift you up [Eu não tive uma escolha a> não ser te exaltar ]> And sing whatever song you wanted me to [E cantar qualquer canção que> você queira que eu cante]> I give you back my voice [Eu te devolvo a minha voz]> From the womb, my first cry, it was a joyful noise [Desde o ventre, o> meu primeiro grito, foi um som de alegria]> > Nessa estrofe o Bono continua declarando sua condição de adorador. Foi> para Deus que o Bono diz que nasceu para cantar. E chega a dizer que> sequer teve uma escolha, como se estivesse predestinado a esse amor.> > O interessante dessa estrofe é que o Bono está dizendo que quando ele> canta para Deus, ele está, na verdade, "devolvendo" a sua voz para> ELE. Essa é uma forma de reconhecer que essa voz, que ele tem desde> que saiu do ventre da mãe, é um dom de Deus para ele. Por isso que ele> diz que quando está cantando para Deus, como nessa música> "Magnificent", ele está apenas devolvendo sua voz para ELE, o criador,> na forma de adoração, de exaltação.> > Only love, only love can leave such a mark [Só o amor, só o amor pode> deixar tal marca ]> But only love, only love can heal such a scar [Mas só o amor, só o> amor pode curar tal cicatriz]> > Um detalhe interessante, na música "Stand Up Comedy", o Bono escreveu:> "God is love", que é uma referência direta ao texto do apóstolo João,> que diz que "Deus é amor". E o adjetivo "Magnificent" é um atributo de> reverência. O clima "gospel" da música e a forma como o Bono a> interpreta [3] contribui com a idéia de que essa música é para Deus.> > Justified till we die, you and I will magnify The Magnificent.> Magnificent. [Justificado até nós morrermos, nós exaltaremos O> Magnífico. Magnífico.]> > Essa frase deixa mais forte a idéia de que essa canção se refere à> Deus, pois Bono diz que exaltará "O Magnífico", onde o artigo "The" e> a letra maiúscula em "Magnificent" passam a idéia de que a pessoa, a> qual a música se refere, é a personificação do Magnífico. O que me> remete diretamente a Deus.> > E o que significa essa "justificação" que o Bono citou? Segundo Jesus> Cristo, todo aquele que nEle crê está justificado diante de Deus, não> tem mais culpa NENHUMA que o acuse diante de Deus. Mal comparando, é> como se você devesse "trilhões de dólares" para a justiça do universo> (por conta de todos seus erros, pecados, ofensas, etc), então Jesus> veio como "fiador" e pagou TODA sua dívida à justiça sem NADA cobrar> de você, exceto que você viva AMANDO ELE e o próximo). Ao pagar TODA a> dívida (com sua própria vida na cruz), Jesus tornou justo (justificou)> quem nEle crê diante da justiça universal, cujo o juíz é Deus (Deus é> o justo juíz, Ele não pode deixar os delitos humanos passarem impunes,> por isso Deus se fez homem para pagar as dívidas humanas e, assim, nos> livrar da condenação de uma vez por todas, pois, segundo Jesus, para o> homem seria impossível). Dessa forma, quando o Bono diz "Justificado> até nós morrermos..", ele está falando da justiça que Jesus nos> imputou, mesmo sem merecermos, simplesmente por nos amar.> > O que resta para quem reconhece que já recebeu gratuitamente de Deus o> maior dom que alguém pode receber, que é a vida eterna, senão adorá-Lo> e exaltá-Lo?!?> > Only love, only love can leave such a mark [Só o amor, só o amor pode> deixar tal marca [> But only love, only love unites our hearts [Mas só o amor, só o amor> une os nossos corações..]> > Só quem verdadeiramente ama é capaz de tomar uma atitude dessas. Só> por amor incondicional Jesus fez o que fez pela humanidade. E Ele fez> isso porque sabe que o nosso melhor ainda é insuficiente. Por amor> Deus justifica quem crê nEle. Por amor Ele se deu por nós e nos> justificou gratuitamente. Por isso Ele é "Magnificent".> > E quem compreende o tamanho desse amor de Deus por nós, se rende ao> Seu amor e se deixa ser guiado por ELE mesmo sabendo que vai se> machucar pelo caminho. E esse sabe que até a voz que tem e o ar que> respira é graça dELE. Por isso "canta qualquer canção que ELE queira> que se cante e devolvo a voz exaltando-O". Só o amor pode deixar tal> marca no coração! Ou como o Bono canta em "Windows In The Skies", você> não vê o que o amor tem feito?!> > Obrigado a todos que chegaram até aqui e fiquem à vontade para> comentar! Espero que tenham gostado.> > Cordialmente,> Suderland Guimarães