sábado, 28 de setembro de 2013

Meu sonho encantador

Fico pensando se tenho sonhos, não sei, acho que não. A vida nos prepara surpresas, mas no fundinho do meu porão descobri um sonho. Na verdade é uma chateação, um aborrecimento. Porque Deus não me dotou com a profundeza dos poetas e a sensibilidade dos músicos, queria o dom da alquimia das palavras, trazer as entranhas para fora, puxa! queria ter o dom da poesia, da escrita. Queria ser bom com isso, mas sou raso. Se pudesse pedir a Deus algo, pediria profundidade, olhar o mar e enxergar as profundezas, ver o céu e chorar, ver uma flor e sorrir. Sei lá, sei lá, quem sabe um dia se chega lá. No caminho da vida pra lá, a gente pode até chorar. A gente pode até sorrir, mas não deixar de ir. Sei lá, sei lá..... Ir pra onde se sabe lá, quem quer saber são os medrosos. Porque os livres? sabe lá onde vão parar. Sei lá, sei lá.... A gente acha que coisa boa tá é lá. não! Coisa boa tá em caminhar pra lá.
Meu viver é angustiado. Não me conformo com a brevidade da vida. Quero ainda conhecer geleiras remotas, escalar montanhas deslumbrantes, mergulhar em mares límpidos. Sei que não terei tempo para ler romances imperdíveis, para entender nuanças da filosofia, para degustar os melhores poetas. Preciso de mais tempo. Tento impedir que a areia da ampulheta continue a vazar, mas não consigo. Meu caro amigo Ricardo Gondim que tive o prazer de conhecer, vc tirou palavras das minhas entranhas!